Yantaló Volunteer House é um projeto desenvolvido pela Organização Internacional de Voluntários Yantaló, uma organização sem fins lucrativos criada por sete amigos que visitaram o lugar para compartilhar seus conhecimentos arquitetônicos com seus habitantes. A casa comunitária para voluntários, atualmente em construção, baseia seu desenho em uma cobertura tipo "borboleta" que coleta a abundante água da chuva da área e é um modelo a ser replicado em novas casas para apoderar os habitantes locais do "poderoso recurso da água". A cobertura pode ser, inclusive, adaptada a casas já existentes.
Imagens de sua construção, detalhes e mais informações a seguir.
A Casa para Voluntários em Yantaló é o ponto central da experiência da organização, e busca satisfazer as necessidades atuais de uma comunidade de voluntários cada vez maior, incluindo médicos, enfermeiros, educadores e outros voluntários que apoiarão a construção e operação da Clínica Internacional Yantaló, além de contribuir com os esforços em seu enriquecimento educativo.
O projeto inicial consiste em um bloco principal de dois pavimentos com dormitório adaptável a três salas menores. Um segundo bloco possui 3 dormitórios adicionais. Os edifícios conectam-se em seu ponto central através de uma cozinha, sala de jantar e área comum no primeiro pavimento, e uma sala de reuniões, sala de estar ao ar livre e varanda no segundo pavimento. Os banheiros e a cozinha estão localizados no centro para otimizar o aproveitamento da coleta e armazenamento de água entre os dois edifícios.
Uma vez completo, o projeto terá capacidade para 15 residentes e oferecerá um espaço comum para reuniões maiores e eventos comunitários. Todo o primeiro pavimento é limitado ao lado sul com grandes telas giratórias que se abrem para conectar o espaço interior ao pátio exterior, com vistas ao "Morro", uma característica chave da paisagem dos arredores.
Um aspecto chave da Casa Yantaló é a sustentabilidade. O projeto da casa promove a diversidade (de ideias, nacionalidades, profissões, usos do espaço, etc.), reduz as necessidades de manutenção e se aproveita dos recursos naturais, incluindo o sol (latitude ao redor de 06°), água (1397 mm de chuva anualmente, cerca de 117 mm por mês), clima temperado (ventilação aberta) e materiais locais, incluindo concreto, produtos manufaturados e mão-de-obra local.
O ponto central do projeto sustentável da casa é a coleta de água de chuva através de sua cobertura, um projeto que também serve como protótipo para sua aplicação nas estruturas residenciais existentes na área. Apesar de sua localização estratégica dentro da Selva Amazônica, as comunidades rurais de San Martín ainda vivem com um incrível déficit em termos de economia, saúde e nutrição.
A cobertura utiliza a coleta de água como catalizador para o empoderamento. O sistema adaptável baseado em uma estrutura de madeira tipo "borboleta", com sarjeta estrutural integrada, está desenhado para unificar as tipologias de habitação locais. O aproveitamento da precipitação média anual na escala da casa unifamiliar, permite resgatar e potencializar a agricultura sustentável, aumentando a qualidade dos alimentos.
Em Yantaló, a criação de um sistema de água municipal nos anos 90, conduziu a um abandono dos poços pessoais e comunitários, mas, com uma população cada vez maior, o fornecimento municipal de água encontra-se seco com freqüência. A cobertura permite coletar cerca de 7500 litros de água mensalmente para a irrigação local, ou uso pessoal, empoderando ao dono da casa com um poderoso recurso da água.
A relativa uniformidade da casa na área oferece uma oportunidade para este sistema de "kit de partes". Afetadas pelos recentes terremotos de 1990 e 2005, a maioria das casas da área foi reconstruída em concreto armado. O teto proposto está projetado para apoiar-se sobre as três vigas principais da casa tradicional e utiliza materiais locais, sustentáveis e rentáveis. Além da função central de coleta de águas pluviais, a cobertura também oferece sombra adicional para reduzir o ganho de calor solar no primeiro pavimento.
A cobertura é um símbolo de seu uso. Seus habitantes vivem com a canalização da água através de seu núcleo, e um residente local pode ler facilmente o desempenho ambiental de longe. O projeto permite o re-uso da tradição local de uma cobertura inclinada (abandonada pelo predomínio de casas modernas de concreto), para ajudar o escoamento de água pluvial, assim como para melhorar o fluxo de ar. A configuração borboleta de divisão cria um segundo patamar de cobertura para empurrar o fluxo de ar, refrigerando seu interior.
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